100 mil exigem mudança nos rumos da política, mas sem golpe à Democracia
O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, defendeu a revisão da política econômica em vigor uma proposta alternativa que não onere os trabalhadores.
O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, defendeu para 100 mil manifestantes - apenas na capital de São Paulo -, na tarde desta sexta-feira (13), a revisão da política econômica em vigor e informou que a Central apresentará uma proposta alternativa que não onere os trabalhadores e trabalhadoras brasileiras.
“Ajuste fiscal e não investimento no mercado interno. Outros países do mundo adotaram essa receita e os trabalhadores perderam seus empregos. Nós temos uma classe trabalhadora organizada e classe empresarial bastante forte, se nós tivermos condição de fazer uma política econômica voltada para o crescimento, será bom para todo mundo”, destaca Vagner. “E essa turma que está aqui apresentará uma proposta de política econômica para o Brasil que leve em consideração o fortalecimento e o crescimento do Estado”, destaca.
Ajuste fiscal e não investimento no mercado interno. Outros países do mundo adotaram essa receita e os trabalhadores perderam seus empregos. Nós temos uma classe trabalhadora organizada e classe empresarial bastante forte, se nós tivermos condição de fazer uma política econômica voltada para o crescimento, será bom para todo mundo
Vagner Freitas, presidente da CUT
Vagner defendeu fortemente os quatro eixos da manifestação dos movimentos sociais – Democracia, Direitos, Reforma Política e Petrobrás - e frisou que luta pela Democracia é também uma luta contra intolerância. Na manifestação desta sexta, era possível ver a pluralidade de grupos sociais presentes, que incluía mulheres, homens, crianças, indígenas, negros, brancos, população LGBT, camponeses e movimentos urbanos, entre outros.
A CUT não participará dos atos de domingo (15) e as entidades que organizaram o ato desta sexta apresentarão uma plataforma política de reivindicações para a presidenta Dilma Rousseff.
Defender a Petrobrás é defender o Brasil
João Antonio de Moraes, diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP) lembra que a Petrobrás é fundamental para a economia brasileira e que os casos de corrupção não podem ser distorcidos e usados como forma de inviabilizar a estatal e entregá-la para multinacionais.
“São cerca de 1,5 milhão de empregos que giram em torno da indústria de petróleo. Entregar o pré-sal é um crime. O povo não permitirá que isso aconteça. Para nós, está muito claro que, quem cometeu coisa errada, se comprovado, seja punido. Mas paralisar as empresas, principalmente a Petrobrás, é um crime contra o povo brasileiro. E não permitiremos”, ressalta o direitor.
O discurso de contraposição às tentativas de enfraquecer a Petrobrás também é forte na fala de Cibele Vieira, coordenadora geral do Sindipetro Unificado SP. “Querem colocar o ônus que a burguesia tá criando para a classe trabalhadora e não permitiremos isso”, afirma.
“Este não é o único ato. Querem entregar o que restou da Petrobrás para a iniciativa privada, principalmente internacional.” , afirma Adi dos Santos Lima, presidente da CUT-SP. “Esse ato é para dizer aos que querem vender a Petrobrás que devem desistir”.
Funcionalismo público
Mais de 10 mil professores ligados ao Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), aprovaram em assembleia uma greve por tempo indeterminado, a começar nesta segunda-feira (16), com pautas como valorização salarial, contratação de concursados e plano de cargos e salários. A presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, lembrou que o governador de São Paulo , Geraldo Alckmin, é inimigo da Educação.
“O governo estadual já fechou mais de 3 mil salas de aula nos últimos dois anos. Se inviabilizarem a Petrobrás, a situação só piora. Os professores e professoras precisam ter claro que defender a Petrobrás é uma luta por Democracia e deve ser encampada por toda a CUT”, destacou.
Reunidos em frente à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, centenas de trabalhadores e trabalhadoras da saúde também aprovaram por unanimidade a pauta da Campanha Salarial 2O15. Os trabalhadores vão protocolar a pauta de reivindicações e exigir um espaço de negociação. Caso o governo não abra negociações, a categoria discutirá a possibilidade de uma greve.
O governador Geraldo Alckmin, do PSDB (que comanda o Estado há mais de 2O anos) anunciou que não haverá aumento para o funcionalismo este ano. Enquanto isso, aprova um decreto que determina aumento real de 18% para todo seu secretariado.
Após a assembleia geral, que terminou por volta das 14h45, os trabalhadores caminharam em direção à Avenida Paulista e se juntaram ao restante da militância que participou do Dia Nacional de Luta.
"Este será apenas o início das mobilizações. Não aceitaremos que grupos da elite e da direita utilizem o processo de investigação sobre a corrupção na Petrobrás para justificar uma campanha contra o governo, buscando um terceiro turno", assinalou Gervásio Foganholi, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde de São Paulo (SindSaúde/SP).