Condições sanitárias inadequadas, colchões sem lençol, chuveiros com água gelada, risco de choque elétrico, mau cheiro, falta de ventilação. Uma situação mais uma vez flagrada nessa sexta-feira por uma fiscalização do Ministério Público do Trabalho em um alojamento da construção civil em Campinas, no bairro Santa Cândida. São 12 trabalhadores da obra do Polo Tecnológico do Banco Santander no distrito de Barão Geraldo, contratados por meio de uma empreiteira terceirizada, a Machado e Machado Engenharia. Doze desses trabalhadores foram encontrados em condições consideradas degradantes pelo auditor fiscal do Trabalho, João Batista Amâncio.

O pintor, Alecsandro Borges Santos, conta que não é fornecido material de limpeza e no banheiro os três chuveiros disponíveis para todo o grupo não têm condições de uso. Nos quartos, os buracos nas portas e janelas facilitam a entrada de bichos e insetos. O Ministério Público do Trabalho expediu uma ordem para a retirada dos operários do local e um Termo de Ajustamento de Conduta com a empreiteira Machado & Machado. De acordo com o Procurador do Trabalho, Nei Messias Vieira, o Banco também tem responsabilidade pela situação. Para o Procurador, a legislação trabalhista precisa punir com mais rigor o mau empregador da construção civil, que parece preferir pagar o preço das multas do que investir em condições de trabalho.

O Santander esclareceu através de nota que não tolera o desrespeito às boas e necessárias práticas corporativas a que todos estão obrigados a zelar. E ressalta que, por essa razão, já contatou a empresa responsável pela execução da obra do seu novo Pólo Tecnológico, localizado em Campinas, para que sejam adotadas imediatas providencias com os terceirizados por ela contratados para o cumprimento das regras legais. A Machado & Machado Engenharia não enviou resposta até o fechamento dessa matéria.

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