Mudanças que a pandemia trouxe para as grandes obras, e novos empregos.

Por: André Oliveira

A pandemia trouxe mudanças circunstanciais para as nossas vidas, muitos se depararam com o serviço home Office, com a suspensão de contrato, com o auxilio para os desempregados, mas a construção civil nesse período não foi fortemente afetada, porém com à menor demanda de obras das grandes construtoras houve uma diminuição no quadro de funcionários, essa diminuição dos empregos deixou os trabalhadores na mão no momento em que mais precisavam, deixando famílias desamparadas e em risco, muitos foram despejados de suas casas e mesmo assim as construtoras batiam recorde de lucros, todavia o trabalhador brasileiro é resiliente, é obstinado e não pode deixar sua família passar fome, e precisou se reinventar, muitos dos trabalhadores rumaram para a informalidade em pequenas obras.

Foto: Ricardo Gomes Angel / Trabalhadores da Construção Civil em obra de grande porte

Segundo analise do diretor regional do Sinduscon-SP Márcio Benvenutti em recente entrevista que deu para a EPTV 2, os trabalhadores se qualificaram no mercado local e informal fazendo a garagem do vizinho, construindo casas em bairros, e essa mão de obra se recusa a voltar para os quadros das grandes construtoras.

Conforme apuramos no dia a dia sindical a precarização da mão de obra nas grandes construções vêm se mantendo em alta, com o discurso de que a crise econômica trazida pela pandemia iria reduzir o quadro de vagas, mas hoje as próprias construtoras alegam um quadro de oferta de vagas sem preenchimento de 12%, o trabalhador da construção civil mesmo que desassistido por um órgão de previdência social encontrou um nicho de mercado em que ele pode trabalhar de acordo com sua necessidade e negociar livremente o valor por trabalho executado, muitas das empresas do ramo de construção civil acordam o pagamento das famosas “Produções” e acabam se negando a fazer o pagamento do mesmo ao final do serviço executado, pois a maioria dos trabalhadores não tem como comprovar o acordo feito com as empresas se valendo da falta de documentos que deveria ser providenciado por elas mesmas na negociação dessa tarefa e com as obras informais o trabalhador não sofre com esse tipo de prejuízo.

As empresas de construção civil têm uma árdua tarefa de reconquistar e valorizar o trabalhador da construção civil, esse trabalho deve começar dando melhores condições de trabalho e valorizando seus salários, dando salários dignos negociando as convenções com outro olhar, de oferecer o melhor para o trabalhador e não o mínimo possível, as negociações coletivas têm trazido duras batalhas ao sindicato dos trabalhadores que enfrentam cada dia que passa uma maior resistência na manutenção dos benefícios e ampliação dos salários acima da inflação, e assim rumam os destinos da construção civil que conta com uma defasagem grande de trabalhadores disponíveis no mercado.