Campanha Salarial REPLAN 2022
23/05/2022
Não foram dias tranquilos, mas foram dias vitoriosos.
Campinas 23 de Maio de 2022
Por: André Oliveira
Os trabalhadores que prestam serviço dentro da REPLAN (Refinaria de Paulínia) estiveram em paralisação na semana passada devido à dificuldade de negociação da campanha salarial 2022, empresas de um lado querendo retroagir direitos, oferecendo no inicio da campanha a retirada de direitos e 80% da inflação aferida durante o período de 12 meses, do outro lado o SINTICOM Campinas, que não aceita a retirada de direitos dos trabalhadores e briga a cada ano para implementação de políticas de ganhos reais e benefícios de acordo com os anseios da categoria.
Na segunda semana do mês de Maio foram feitas varias rodadas de negociação entre as empresas e o sindicato, onde todas as propostas apresentadas eram debatidas em coletivo com os trabalhadores da refinaria, todas as assembléias abertas e amplas para garantir a lisura do processo, para garantir que o trabalhador seria atendido em sua expectativa da campanha salarial, e mesmo com varias propostas apresentadas todas foram sumariamente recusadas pelos homens e mulheres que ali geram riqueza e mantêm a refinaria a plenos pulmões com o suor de seus rostos.
Contamos ali nas assembléias diárias com o apoio e a participação dos companheiros e companheiras petroleiros, trabalhadores diretos da Petrobrás que estão vendo a sua categoria ser afundada em polemicas por um presidente que infla o lucro dos acionistas e diz nada ter a ver com o comando da Petrobras mesmo sendo responsável por toda política de preços da mesma, e toda essa solidariedade se efetivou num movimento continuo e unido pelo período que a greve permaneceu posta, foram 4 dias de paralisação dos trabalhadores, tudo se iniciou na sexta feira dia 13 onde foi aprovado por ampla maioria a deflagração de greve, onde o sindicato seguindo os ritos jurídicos necessários, notificou as empresas e deu inicio ao movimento paredista na segunda feira dia 16, as empresas se mobilizaram para apresentar novas propostas que vinham sendo recusadas, pois não garantiam um plano de saúde digno e que atendesse a todos, não garantia um reajuste correto, trazendo perdas salariais aos trabalhadores.
E com muita luta do sindicato que acompanhou e organizou os trabalhadores em assembléias diárias e se manteve firme com sua diretoria e assessores na porta da REPLAN informando, mobilizando e organizando os trabalhadores que por livre e espontânea vontade mostraram que unidos tem condições de paralisar os serviços e garantir o sucesso e ganhos da paralisação.
Apesar de decisão judicial ocorrida na quarta feira visando à entrada de alguns trabalhadores para a garantia de segurança na operação da refinaria, as empresas já vinham utilizando subterfúgios para colocar trabalhadores contra a vontade deles para dentro da refinaria sob pressão de desligamento dos mesmos de seus trabalhos, por não cumprir uma ação abusiva por parte das empresas, mesmo toda negociação correndo de forma limpa e transparente tivemos informações de utilização de horários alternativos para a entrada de trabalhadores nas obras, lembrando que o sindicato ficava de sol a sol nas portarias para evitar esse tipo de absurdo que é obrigar os trabalhadores as entrar ameaçando os mesmos de dispensa.
Na quinta feira então se deu o final da paralisação, quando as empresas aceitaram a proposta de colocação do plano de saúde conforme os anseios dos trabalhadores, a ampliação da tabela de salários e funções da convenção e também o reajuste com ganhos acima da inflação de 13% em todas as clausulas incluindo salário, vale alimentação e PLR.