Sinticom Campinas e CUT São Paulo lamentam violência policial na Alesp

11/12/2023

Mesmo com a pressão popular, de movimentos sociais e do movimento sindical contra a privatização da Sabesp, em São Paulo, deputados estaduais alinhados ao governador Tarcísio Freitas (Republicanos) aprovaram, nesta quarta-feira (6), o projeto de entrega da estatal à iniciativa privada. O placar de 62 votos a favor e um contrário se deu em um cenário de protesto da oposição, que se retirou do plenário após a Polícia Militar reprimir, prender e tentar expulsar manifestantes contrários à privatização.

O que já tem se mostrado marca registrada do atual governo de São Paulo, voltou a acontecer com a ação do PM nesta quarta-feira. Tarcísio, no início de agosto enalteceu a ação violenta realizada no Guarujá, litoral de SP, que resultou na morte de 16 pessoas. À época o governador afirmou ter ficado “extremamente satisfeito” com a operação.

Desta vez, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a polícia tentou calar os manifestantes, com uso de cassetetes, gás lacrimogêneo e spray de pimenta, após o presidente da casa determinar o esvaziamento do plenário. Até mesmo jornalistas foram obrigados a deixar o local.  Os manifestantes são servidores públicos da base do Sindicato dos Professores Estaduais e do Sintaema, que representa os trabalhadores do saneamento.

Quatro pessoas foram presas arbitrariamente. São elas Ricardo Senese, Lucas Carvente, Hendryll Luiz e Vivian Mendes, que foi candidata ao Senado por São Paulo, nas eleições de 2022. Ela é líder do Partido Unidade Popular.

Na quinta-feira (7), deputados da oposição informaram que ingressarão com ações na Justiça contestando o projeto de privatização e a votação como se deu, em um ambiente insalubre, após a ação da polícia, em que deputados não puderam permanecer por conta de riscos à saúde. De acordo com o deputado Paulo Fiorillo (PT), a votação deveria ter sido adiada para o dia seguinte porque o plenário estava ainda tomado por gás de pimenta.

 

Repúdio CUT

Reunida em São Paulo, nesta quinta-feira (7), a Direção Nacional da CUT, expressou, por meio de nota, seu posicionamento em relação à privatização aprovada pela base aliada de Tarcísio de Freitas, o "governador do mercado".

Na nota, a direção da CUT afirma que "as consequências dessa apressada e nefasta privatização será a população paulista, principalmente a parcela de baixa renda, sofrer com o aumento de tarifas e a precarização dos serviços". 

A CUT repudia não somente o processo de privatização da estatal, mas também a violência praticada contra os trabalhadores e trabalhadoras do setor, durante a sessão desta quarta-feira.